Anunciado pelo Flamengo em 24 de dezembro, Nicolás De La Cruz chegou ao Rio de Janeiro no início da tarde desta terça-feira (9). Único reforço do time carioca anunciado até o momento, ele passará a se integrar ao novo clube.
Após uma negociação muito extensa, com o pagamento de uma multa milionária, o jogador finalmente vestirá a camisa do Flamengo. Em entrevista à FlaTV, canal do clube no YouTube, ele deu suas primeiras palavras como atleta do time carioca.
O que disse De La Cruz?
O jogador destacou que está feliz em ter acertado com o Flamengo e comentou que tinha um grande desejo de atuar no futebol brasileiro:
“Muitas expectativas, muito contente de chegar ao Brasil, tinha muita gana de vir, encontrar as pessoas, o corpo técnico, os companheiros. Estou muito feliz. Tinha outras propostas, mas decidimos chegar aqui com a família, um novo projeto de vida muito importante para nós também, passar a uma equipe tão grande como Flamengo. Estamos muito contentes.”
O jogador ainda afirmou que teve algumas conversas com colegas uruguaios do Flamengo, que pesaram na sua decisão. “Falei com Giorgian (Arrascaeta) e com Gui (Varela), me falaram tudo do clube. Creio que isso foi o pontapé final para tomar a decisão de vir”, revelou De La Cruz.
O meia veio diretamente do Uruguai em um voo fretado pelo clube, que pousou por volta das 13h50. Ele recebeu a camisa 12 em homenagem à torcida, mas ainda não há definição sobre o número que irá utilizar.
Na saída do aeroporto, limitou-se a expressar sua felicidade diante da imprensa e seguiu direto para o Ninho do Urubu, onde se integrará ao grupo que se reapresentou na última segunda-feira e iniciará a pré-temporada.
Negociação com De La Cruz
O Flamengo decidiu pagar a multa rescisória de US$ 16 milhões (cerca de R$ 77,7 milhões) para trazer o meia Nicolás De La Cruz. No entanto, o pagamento não foi efetuado diretamente ao River Plate, clube argentino, mas à AFA (Associação de Futebol Argentino).
O Flamengo depositou o montante na conta do próprio jogador, que, por sua vez, repassou o dinheiro ao River Plate e, por fim, entregou à AFA.
Marcos Braz, vice-presidente de futebol do Flamengo, destacou que a vontade do uruguaio de vestir a camisa rubro-negra foi crucial para o sucesso do negócio:
“As pessoas acham que como o Flamengo pagou pela multa, que não precisa conversar com o River Plate, isso é um facilitador. Teoricamente até é, mas se não tiver a ponta do jogador, o engajamento do jogador, não adianta nada pagar a multa e não acertar a vida com o jogador. Isso é básico. Vi algumas coisas na internet: “Ah, o Braz é burro, por que não pagou a multa ano passado?” Se a gente entendesse que houvesse um acerto com o jogador, a gente poderia até fazer isso. Mas entendia que estava um pouquinho longe ainda, jogador disputando vários campeonatos, Libertadores, nós tivemos que respeitar essa parte esportiva. Lógico que ele sempre sinalizou o carinho, respeito e grandeza do Flamengo para vir jogar aqui, só que isso tem um momento, e o momento certo foi esse.”
O dirigente aproveitou para comemorar a contratação. “Agora que tivemos um sinal verde para que pudéssemos acertar nossa vida com o jogador e depois efetivamente pagar a multa rescisória. Jogador de seleção, de Copa do Mundo, o Mundo Árabe poderia ter pago essa multa também”, destacou.
“Outros times poderiam, lógico que não são tantos, mas teve a apresentação de todo um conteúdo da carreira dele esportiva, para continuar perto da seleção. Isso valeu, tenho que agradecer a todas as pessoas engajadas nesse processo: ele, os empresários, enfim…”, pontuou.
“O River Plate não queria negociar com a gente. Há quatro anos ganhamos aquela final, é um adversário nosso no continente, e eles sabem disso e não queriam reforçar um rival. É justo, mas graças a Deus a gente passou por esse obstáculo. Um sonho antigo dele e nosso”, completou Braz.