Como parte do acordo para a renovação de contrato de Arboleda, o São Paulo assumirá dívidas pessoais do zagueiro. No mês passado, o clube intermediou uma carta de fiança com um banco no valor de R$ 7,9 milhões para o jogador renegociar com seus credores.
O ge teve acesso ao contrato com o banco Daycoval, assinado em 15 de março, e ao pedido do presidente Júlio Casares ao presidente do Conselho, Olten Ayres de Abreu, para que o acordo seja incluído na pauta da próxima reunião do órgão, agendada para o dia 30 de abril, a fim de que seja analisado pelos conselheiros.
A dívida de Arboleda
Trata-se de uma carta de fiança em que o banco atua como fiador, Arboleda como afiançado e a 1ª Vara Cível do Foro da Lapa, em São Paulo, como favorecida – é onde corre a principal ação em que o zagueiro é réu. Essa garantia estipula que o banco pagará a dívida até o valor limite de R$ 7,9 milhões.
Uma condição para a concessão dessa fiança ao jogador foi que o São Paulo fizesse uma aplicação de R$ 5,5 milhões no mesmo banco, com rendimentos, como forma de garantia.
Além disso, o presidente Julio Casares figura como “devedor solidário” – o que significa que ele se compromete a assumir a dívida caso o clube não efetue o pagamento.
Explicações do clube
O São Paulo confirmou a operação ao ge e esclareceu que não se trata de um empréstimo bancário, mas sim de uma carta de fiança.
A carta de fiança faz parte do pacote de renovação do contrato de Arboleda, que originalmente venceria em dezembro, mas foi estendido até o final de 2027.
Os valores da dívida do zagueiro compõem o que será pago como luvas – além disso, houve alterações em seu salário e nos direitos de imagem.
Embora o clube não tenha divulgado os valores envolvidos, foi acordado um montante total a ser pago como luvas, do qual serão deduzidos os valores necessários para quitar as dívidas de Arboleda.
A dívida de Arboleda
Este contrato com o Daycoval faz referência a um processo específico em que Arboleda é réu, e esse processo trata da maior dívida conhecida do equatoriano.
A carta de fiança será utilizada pelo atleta para negociar com a empresa Euro Futs, que o representou anteriormente. Os empresários entraram com ações judiciais contra o zagueiro, obtendo diversas decisões favoráveis, incluindo a penhora de parte de seus salários.
Arboleda estava vinculado à Euro, mas assinou contrato com outra empresa, violando uma cláusula de exclusividade, o que resultou em uma multa de R$ 3 milhões. O jogador confessou essa dívida em 2020.
Embora a ação esteja sob sigilo, o advogado da Euro Futs informou que ainda não foi procurado para um acordo. A dívida com essa empresa, incluindo os honorários advocatícios, chega a cerca de R$ 6,5 milhões.
Valores com outra empresa
Além disso, a Kirim Sports, que passou a representar Arboleda após a Euro Futs, também move ações contra o jogador. O zagueiro tomou empréstimos de R$ 200 mil e R$ 252 mil, mas não os pagou.
No ano passado, a Kirim solicitou à Justiça que o São Paulo informasse o valor da premiação da Copa do Brasil a que Arboleda teria direito, visando penhorar esses valores – no entanto, isso ainda não ocorreu.
Cerca de 15 dias após a concessão da carta de fiança pelo banco Daycoval, o São Paulo anunciou a renovação do contrato de Arboleda até o final de 2027. Se cumprir esse acordo, o zagueiro completará dez anos no clube.