Neste domingo (21), o Flamengo entrou em campo contra o Palmeiras. Jogando no Allianz Parque, os times empataram em 0 a 0, em partida válida pela terceira rodada do Campeonato Brasileiro.
No entanto, os torcedores ficaram com o pé atrás com a escalação inicial. Pedro e De la Cruz começaram no banco de reservas.
Preparador explica motivo de ausência
Após o jogo, Fábio Mahseredjian, preparador físico do Flamengo, destacou que o estilo de jogo do futebol brasileiro requer que os jogadores precisem de descanso:
“A gente precisa entender que o jogo está cada vez mais intenso, mais rápido e mais veloz. Você freia muito mais e muda a direção muito mais vezes. Tem um artigo publicado em 2015 ou 2016 que acompanhou sete temporadas da Premier League, de 2006/2007 a 2012/2013. Resultado final: distância percorrida não alterou, só 2%. Números de piques em velocidade, 85% a mais. Ações de alta intensidade, como freada, mudança de direção, aceleração e desaceleração: 55% a mais. Tudo isso com certeza aumenta e muito as demandas físicas dos atletas.”
O preparador explicou o motivo para a atenção individualizada em cada um dos atletas. “No Flamengo nós temos um departamento que faz uma análise bioquímica, o nosso fisiologista faz toda a avaliação de termografia mais a minutagem de jogo”, seguiu ele.
Dados são analisados
Fábio Mahseredjian explicou que existe uma reunião sobre a decisão de poupar ou não os atletas:
“Então todos os dados são compilados, e nós nos reunimos para tomar a melhor decisão. O objetivo vejam bem não é prevenção de lesão, esqueçam disso porque vai machucar. Todos os times machucam. A Europa toda machuca. A América do Sul toda machuca. Futebol é um esporte de excelência.”
“Você leva o atleta ao seu mais alto nível físico. Como Cebolinha teve uma lesão miotendínea agora do gastrocnêmio. Vai acontecer, principalmente agora que o calendário está congestionado”, destacou ele.
Calendário causa mais lesões
O preparador ainda apontou que, com o calendário agitado do futebol brasileiro, as lesões acabam aumentando:
“Nós fizemos o sétimo jogo consecutivo. Então com o calendário congestionado, o número de lesões aumenta. Aumenta consideravelmente. Isso também tem o artigo de 2005 que também mostra um aumento de 5,6% a mais quando o calendário está congestionado em comparação a quando não está congestionado.”
Ele explicou a análise feita dentro do Flamengo:
“Então, com todos esses dados, nós nos reunimos e aí tomamos a decisão de tirar atleta A, atleta B ou atleta C. Por quê? Porque a performance dele começa a cair. A decisão é sempre do treinador, nós passamos informações a ele. Estamos todos juntos para ajudar a tomar a melhor decisão. O objetivo é melhorar performance do atleta e recuperá-lo.”
Por fim, Fábio Mahseredjian apontou o uso da tecnologia no clube. “Conseguimos quantificar, pelo uso do GPS, que as demandas físicas começam a cair. Pelo olho do jogo, em que o atleta começa a errar mais no segundo tempo do que no primeiro tempo. Não é um fato, é tudo sempre multifatorial”, explicou.