Nesta sexta-feira (12), o Flamengo apresentou oficialmente Carlinhos como o novo jogador do clube carioca. Durante a coletiva de imprensa, Marcos Braz e Bruno Spindel falaram sobre a isonomia da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
O diretor executivo de futebol do rubro-negro, Bruno Spindel, endossou a posição de Marcos Braz e ressaltou que o Flamengo havia proposto, juntamente com outros clubes, a alteração das datas do Brasileirão em decorrência da realização da Copa do Brasil durante a Copa América.
Essa proposta, no entanto, foi rejeitada pela CBF. Vale ressaltar que a sugestão foi apresentada em fevereiro, quatro meses após a confederação divulgar o calendário de 2024, em outubro do ano anterior.
Por exemplo, em 5 de março, o Conselho Técnico, composto pelos 20 clubes e dirigentes da entidade, aprovou uma série de mudanças no campeonato, incluindo o aumento do limite de estrangeiros.
Spindel destaca riscos de lesões
O diretor executivo destacou o risco de lesões dos jogadores, ainda mais com tantas competições no futebol brasileiro:
“Desculpe se eu for redundante. São cerca de 80 jogos, é humanamente impossível para qualquer atleta jogar 80 jogos no seu mais alto nível de rendimento, quiçá sem se lesionar. Se você o colocar nos 80 jogos, o risco de o atleta se lesionar é enorme. Com todos os recursos que o Marcos (Braz) colocou, é o que vai se fazer em relação ao calendário.”
O dirigente ainda citou o elenco montado para a temporada. “O Flamengo criou um elenco robusto para disputar todas as competições. Você tem clubes com folha salarial similares ou até maiores em relação à do Flamengo”, citou.
“Não é só o recurso financeiro que traz a competitividade, mas é um indicador. Você tem os nove jogos da Copa América em que o Flamengo vai ser desfalcado”, completou.
Críticas à CBF
Spindel ainda apontou sobre a escolha da entidade em priorizar a Copa do Brasil:
“Essa escolha de priorizar a Copa do Brasil quem fez foi a CBF. Acho que a CBF fez uma escolha comercial. Ela deve lucrar R$ 200, R$ 300 milhões. É uma dedução. Do ponto de vista esportivo, não faz sentido você tirar todos os atletas de seleção, que devem ser 40 no Brasileiro, e desprestigiar o campeonato”.
“É a última vez que vamos tocar nesse tema antes de o campeonato começar. Mas a CBF rompeu um princípio que ela tinha da isonomia quando fez essa escolha. O Campeonato Brasileiro não tem isonomia esportiva. Ele é mais difícil e desequilibrado para os clubes que têm atletas convocados”, completou o dirigente.
“O mínimo que a CBF poderia fazer era pegar os R$ 200, R$ 300 milhões de lucro que ela tem com a Copa do Brasil e distribuir para os clubes que são prejudicados. Aí pelo menos ia amenizar, ajudar os clubes a compensarem a perda com esses atletas que vão para as seleções”, finalizou.
O Carioca era prioridade
Spindel, por fim, explicou o motivo para que o Flamengo desse prioridade para o Campeonato Carioca e disse que o time lutará por mais títulos na temporada.
“O Flamengo entra em todas competições para ganhar, o calendário impõe de acordo com ciência, planejamento, determinadas escolhas. O Flamengo não vai deixar que o calendário escolha pelo Flamengo, lesione atleta com o Flamengo agindo de forma irresponsável. O clube vai usar todos os recursos que tem para tomar as decisões de acordo com o que o calendário impõe”.
“Por exemplo, e acho que foi o que o Tite se referiu: a gente deixou muito claro que o estadual era de fundamental importância para o Flamengo. Nos seis anos da gestão o Flamengo chegou à final em todos e ganhou quatro. Era fundamental que estivessem todos focados nas finais”, encerrou o dirigente.