A partida entre Botafogo e Palmeiras pelo Brasileirão do ano passado continua gerando desdobramentos. John Textor, dono da SAF alvinegra, será julgado pelo pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) na tarde desta terça-feira (8), na sede do Tribunal de Justiça Desportiva de São Paulo, na Barra Funda, por incidentes ocorridos naquela derrota por 4 a 3.
Após o apito final, Textor invadiu o campo e acusou a CBF de corrupção, pedindo a renúncia de Ednaldo Rodrigues, presidente da entidade.
O dono da SAF do Botafogo alegou que a equipe foi “roubada” devido à expulsão de Adryelson no segundo tempo, quando o Alvinegro ainda vencia por 3 a 1. No entanto, o Palmeiras virou o placar e seguiu em direção à conquista do título.
Processo contra Textor
O processo teve início em novembro, quando o executivo foi punido preventivamente pelo STJD por 30 dias em 3 de novembro, apenas dois dias após o confronto. Textor enfrentou três acusações no artigo 243-F (ofensa à honra) e uma no artigo 258-B (invadir local destinado à equipe de arbitragem ou o local da partida).
O caso foi julgado em primeira instância no Rio de Janeiro no início de dezembro. Textor foi absolvido da acusação no artigo 258-B por unanimidade.
As denúncias
A primeira denúncia no artigo 243-F, dirigida ao árbitro Bráulio da Silva Machado, foi descaracterizada e modificada para o artigo 258, resultando em uma pena de 15 dias de suspensão por maioria.
As outras duas denúncias no artigo 243-F foram agrupadas, resultando em uma punição de 20 dias de suspensão e multa de R$ 25 mil, também por maioria.
No total, Textor recebeu uma suspensão de 35 dias e uma multa de R$ 25 mil, já considerando os 28 dias cumpridos na suspensão preventiva.
Horas após a decisão, a defesa do Botafogo entrou com um efeito suspensivo, que foi concedido com sucesso. Dessa forma, Textor pôde acompanhar a reta final do Brasileirão, apesar da punição.
Caso voltou a ser julgado
Agora, o caso volta a ser julgado, e Textor está envolvido em outro processo no STJD. Na próxima segunda-feira, dia 15, ele será julgado no caso da denúncia de manipulação de resultados. Recentemente, ele prestou depoimento na Polícia Civil do Rio de Janeiro sobre este assunto.
Em um documento enviado na última sexta-feira, Textor reiterou seu interesse em participar presencialmente do julgamento desta terça. Apesar de residir nos Estados Unidos, a procuradoria ofereceu a opção de ele ser ouvido remotamente, por meio de um aplicativo de videochamadas.
Textor deve depor pessoalmente
No entanto, a tendência é que Textor vá pessoalmente a São Paulo para participar da sessão, assim como fez no Rio de Janeiro em dezembro do ano passado. O documento enviado pelos advogados do empresário informou que ele “não produzirá outras provas além daquelas contidas nos autos”.
O caso será julgado na cidade de São Paulo devido às sessões itinerantes do STJD. Recentemente, o americano teve o caso da suspensão preventiva relacionada às denúncias de manipulação julgada em Belém do Pará.
Em 2023, na tentativa de evitar a punição, a defesa argumentou que Textor não estava se referindo a “corrupção financeira” ao mencionar Ednaldo Rodrigues e que houve um equívoco na interpretação da palavra “corruption” do inglês para o português.