Os presidentes e vice-presidentes da Torcida Jovem do Leão (TJL) foram identificados como os responsáveis pelo ataque ao ônibus da delegação do Fortaleza, que aconteceu na madrugada do último dia 22.
A confirmação veio da Polícia Civil de Pernambuco, na última quinta-feira (4), resultando na prisão temporária dos envolvidos por 30 dias.
Presos são investigados por quatro crimes
Um dos presos, o vice-presidente da Torcida Jovem do Leão, identificada do Sport, já possuía antecedentes criminais relacionados a confrontos com outras torcidas organizadas, incluindo tentativa de homicídio e lesão corporal grave.
Os dois novos suspeitos presos estão sendo investigados pelos seguintes crimes:
- Tentativa de Homicídio – Art. 121, Art. 14 Inc. II do CP
- Associação Criminosa – Art. 288 do CP
- Dano ao Patrimônio – Art. 163 do CP
- Provocação de Tumulto – Art. 201 da Lei 14.597 de 2023
Essas novas detenções ocorreram como parte da segunda fase da Operação Hooligans, na qual foram expedidos mais dois mandados de prisão pela Justiça. Na primeira fase, foram realizadas quatro prisões, de um total de sete mandados expedidos.
Investigação vai ganhando soluções
O delegado Raul Carvalho, da Delegacia de Polícia de Repressão à Intolerância Esportiva, afirmou que os elementos de prova obtidos com os primeiros presos forneceram subsídios suficientes para convencer o Ministério Público de Pernambuco e a Justiça a expedirem os dois novos mandados de prisão.
Esses elementos incluem evidências que fortalecem a investigação sobre o ataque ao ônibus da delegação do Fortaleza. É o que explica o delegado em entrevista ao GE:
“Faltava no quebra-cabeça a informação de quem deu o comando para fosse realizado o ataque, em tese, ao ônibus da torcida organizada do Fortaleza, rival Torcida Jovem do Leão. Fizemos a prisão dos líderes dessa torcida do Sport, apontados como os mandantes do crime”, contou ele.
Ataque não era focado nos jogadores do Fortaleza
Raul Carvalho acrescentou que a principal linha de investigação aponta que o atentado seria, inicialmente, direcionado à torcida organizada Leões da TUF, rival da TJL. No entanto, um “acaso” teria colocado o ônibus da delegação do Fortaleza no caminho no momento do ataque.
Em conversa com o ge, o delegado revelou um fragmento do interrogatório com os dois líderes da TJL. Na ocasião, ambos negaram ser os mandantes do crime:
“Falaram que foi um “acaso”, que um ônibus (da TJL) teria quebrado na volta (após o jogo entre Sport x Fortaleza) e os outros dois (também com membros da organizada) pararam para esperar. Nesse contexto, o ônibus com a delegação do Fortaleza passou e houve o ataque.”
A Polícia Civil de Pernambuco ainda não concluiu se houve uma “falha ao alvo” no atentado. “Sabemos que foi um evento atípico, uma novidade. Por isso, essa linha (de erro no alvo) é a mais forte nesse momento. Vamos guardar essa resposta para até o último momento”, completou Raul Carvalho.
Membros seguem sendo investigados
A Polícia Civil deixa em aberto a possibilidade de serem abertas novas fases da Operação Hooligans. A prioridade, neste momento, é efetuar as prisões de três membros da torcida organizada rubro-negra que estão foragidos desde a primeira fase da investigação.
É o que comentou Antônio Barros, diretor do Comando de Operações e Recursos Especiais (CORE) da Polícia Civil de Pernambuco:
“Os principais envolvidos no ataque estão presos: dos mentores aos executores. Mas o nosso compromisso é não descansar até cumprir todas as prisões. Inclusive, elas podem acontecer a qualquer momento.”