Cheikh Kane Sarr, goleiro do Rayo Majadahonda, não se manteve em silêncio após ser alvo de insultos racistas no último sábado. O seu time se recusou a retornar ao campo para o jogo contra o Sestao River, válido pela Terceira Divisão da Espanha.
Essa atitude gerou grande repercussão no país. Dois dias após o ocorrido, o jogador senegalês afirmou que a luta de Vinicius Jr. contra o racismo o inspirou a tomar essa decisão.
Goleiro fala sobre gratidão a Vini Jr
Em uma entrevista à Rádio Cadena COPE, Sarr, de 23 anos, expressou gratidão pelo apoio demonstrado pelo jogador brasileiro logo após o incidente.
O atacante do Real Madrid fez uma publicação nas redes sociais mencionando os insultos sofridos pelo jogador do Rayo Majadahonda, bem como outros dois casos semelhantes ocorridos na Espanha no mesmo dia.
“Vou até a morte com ele. Porque ele também viveu várias vezes, e quando ele estava vivendo, eu dizia ‘Não é normal’. Basta de racismo… não tem lugar no esporte. Não tem sentido”, afirmou Sarr.
Não pode ser vítima dos ataques
O goleiro do Rayo Majadahonda afirmou que respondeu à mensagem de Vini Jr. e expressou gratidão pelo apoio do atacante do Real Madrid.
Sarr ressaltou que o brasileiro não pode ser a única voz na luta contra o racismo no futebol espanhol:
“Estou muito, muito orgulhoso dele e agradeço por ele nos apoiar e também de lutar contra o racismo. Ele sozinho não consegue… Se todos os jogadores da nossa cor de pele fossem como ele, eu acredito que o racismo acabaria.”
A partida entre o Rayo Majadahonda e o Sestao River foi suspensa aos 45 minutos do segundo tempo depois que a equipe de Sarr se recusou a voltar ao campo. Sarr recebeu apoio de seus companheiros após ser vítima de racismo. O time do goleiro senegalês estava perdendo por 2 a 1 quando o jogo foi interrompido.
A mensagem de Vini Jr. para Sarr
Vinícius Júnior se pronunciou sobre os episódios lamentáveis no país. No sábado (30), três episódios envolvendo ataques racistas foram denunciados.
Por meio do Twitter, o jogador do Real Madrid e da Seleção Brasileira expressou seu pesar pelos eventos ocorridos, compartilhando sua solidariedade com as vítimas de racismo.
“Neste fim de semana nem vou jogar. Mas tivemos três casos desprezíveis de racismo só neste sábado em Espanha”, relatou o atacante em seu perfil oficial.
O jogador demonstrou apoio aos colegas.
“Todo o meu apoio ao Acuña e ao técnico Quique Flores, do Sevilla. Para Sarr e @RMajadahonda que sua bravura inspire outros. Os racistas devem ser expostos e os jogos não podem continuar com eles nas arquibancadas. Só teremos vitória quando os racistas saírem dos estádios direto para a cadeia, lugar que merecem.”
Os casos denunciados
O argentino Marcos Acuña, do Sevilla, foi chamado de “macaco” por um grupo de torcedores do Getafe. Assim que percebeu, o jogador alertou o árbitro Javier Iglesias Villanueva e um dos assistentes, que imediatamente acionaram o protocolo para casos dessa natureza.
O jogo foi paralisado aos 23 minutos do segundo tempo e o sistema de som do estádio alertou os fãs contra a atitude. O técnico do Sevilla, Quique Flores, também foi alvo dos insultos.