Quique Setién, de 65 anos, é um ávido jogador de xadrez desde a juventude. O treinador procura incorporar algumas das estratégias do tabuleiro para o campo de futebol, onde suas equipes sempre valorizaram a posse de bola e adotaram um estilo de jogo mais horizontal.
O espanhol, conhecido por sua passagem pelo Barcelona, onde sofreu uma goleada histórica e teve desentendimentos com Messi, é um dos nomes considerados por John Textor para assumir o Botafogo.
As negociações ainda estão em estágio inicial. John Textor, o norte-americano, tem outros nomes em mente, mas está inclinado a favor do espanhol, principalmente devido ao seu estilo de jogo ofensivo. A situação pode progredir nos próximos dias, mas o executivo ainda está avaliando outras opções para substituir Tiago Nunes.
Carreira de Setién
Como jogador, Setién teve boas passagens como volante pelo Racing Santander e Atlético de Madrid durante os anos 1980. Embora tenha sido convocado para a Copa do Mundo de 1986, pela Espanha, ele não chegou a jogar durante a campanha da equipe, que foi eliminada nas quartas de final pela Bélgica.
A transição de Setién para a carreira de treinador começou enquanto ele ainda estava atuando como jogador. Em uma postagem no antigo Twitter, o espanhol expressou: “Eu sentia que o futebol poderia ser jogado de maneira melhor, mas não sabia como até que Johan (Cruyff) nos mostrasse”.
Início da carreira de treinador
Em 2017, Setién comentou sobre o assunto em entrevista para a ESPN:
“É o futebol que me completa. Quando Luka Modric vem, aperta minha mão, me dá sua camisa e diz que minha equipe joga bem ou quando um colega diz “caramba, seu time joga muito”… Quando isso acontece, vou para casa feliz. Isso é quando minha real satisfação vem, mais do que uma derrota ou vitória.”
“Eu quero vencer também, mas quero vencer por uma série de mecanismos e por uma interpretação de que o futebol é diferente. Eu entendo o futebol a partir da bola”, afirmou o treinador.
Briga com Messi
Com a demissão de Ernesto Valverde, Quique Setién foi escolhido para comandar o Barcelona em janeiro de 2020. Na época, os jornais espanhóis destacavam e elogiavam a escolha, pois o treinador “se aproximava do estilo e DNA do clube”.
No entanto, o que se viu foi totalmente o oposto. Apesar de Setién continuar com o estilo de enfatizar o jogo de passes curtos, os resultados em campo não foram satisfatórios.
Setién foi alvo de críticas até mesmo de Lionel Messi, conhecido por seu perfil mais reservado, devido ao método de trabalho adotado. Após a goleada histórica sofrida, a relação entre o treinador e o camisa 10 ficou em evidência.
Na primeira entrevista que concedeu após sua demissão, três meses depois, Setién abordou a questão da relação com Messi. Ele contou sobre o assunto ao El País:
“É verdade que existem jogadores que são difíceis de controlar, entre eles Messi, é verdade. Mas devemos também ter em mente que ele é o melhor jogador de futebol de todos os tempos. E quem sou eu para mudá-lo? Se o aceitaram durante anos como ele é e não o mudaram… À sua maneira, ele é generoso. O problema é que a perspectiva de dentro às vezes nos engana. A realidade de que os jogadores vivem não é a realidade de outros. Para eles, e para muitas pessoas, a única coisa que importa é ganhar.”