Após um promissor começo no Campeonato Gaúcho, o Juventude enfrentou um período desafiador no desfecho da primeira fase do torneio estadual. Em seis partidas, a equipe de Roger Machado sofreu duas derrotas e quatro empates.
Os resultados negativos acabaram rendendo a saída do clube do G-4. Essa sequência adversa demandou que o time disputasse as quartas de final fora de casa contra o Guarany, gerando críticas e clamores pela saída do treinador.
Apesar das pressões, Roger Machado permaneceu no comando e prontamente encontrou soluções para resgatar o desempenho positivo do Juventude. Consequentemente, os resultados começaram a melhorar.
Desde então, a equipe goleou o Guarany por 4 a 0, venceu o Paysandu por 3 a 1 e, após dois empates contra o Internacional, assegurou sua vaga na final ao vencer nos pênaltis por 6 a 5.
A transformação de Roger Machado
Questionado por conta da sequência de seis jogos sem vitória no fim da primeira fase do Gauchão, Roger Machado rapidamente reverteu a situação no comando do Juventude.
Em apenas três semanas, transformou a pressão e os apelos por sua demissão em motivação para levar o time de Caxias do Sul à final do estadual, após oito anos de ausência.
Durante a entrevista coletiva após a classificação para a decisão, Roger relembrou o período de instabilidade enfrentado pela equipe no Campeonato Gaúcho. No entanto, enfatizou a confiança que recebeu internamente da direção:
“Os altos e baixos são normais dentro de uma competição. O que não pode é o ambiente externo querer tirar os altos e baixos tirando o treinador. Como há 15 dias, eu estava internamente muito fortalecido, mas externamente eu sei que estavam pedindo a minha saída. Me queriam fora.”
“É uma construção. É um trabalho que no futebol brasileiro se pede urgência sempre, mas não se consegue urgência sem trabalho para trabalhar”, completou o treinador.
Os nós táticos de Roger
Roger Machado ressaltou que sempre deu mais foco para as atuações e não para os resultados. O treinador do Juventude também destacou a virada de chave para o clube:
“Eu sempre falava das atuações e não dos resultados. A partir do jogo com o Guarany, talvez nós conseguimos estender essa janela de equilíbrio e regularidade dentro de uma mesma partida em 90% ou 95% do jogo. Agregamos mais competitividade.”
“Nós tínhamos dificuldade de enfrentar um jogo mais físico e isso foi dado ênfase nos treinos. Então, esse foi a tônica do trabalho: uma janela de desempenho estendida e uma característica adicionada”, completou o técnico.
O ápice do breve período de trabalho de Roger no Juventude até agora ocorreu com dois “nós táticos” aplicados em Eduardo Coudet durante as semifinais.
Tanto no Jaconi quanto no Beira-Rio, o Juventude conseguiu neutralizar o poderio ofensivo do Internacional e, além disso, foi quem esteve mais próximo de conquistar duas vitórias consecutivas.