No final da manhã desta segunda-feira (25), Daniel Alves foi liberado do Centro Penitenciário Brians 2. Após pagar a fiança de 1 milhão de euros (R$ 5,4 milhões), o brasileiro foi solto e aguardará em liberdade provisória.
Enquanto isso, os recursos da sentença são analisados. Sua soltura ocorreu cinco dias após a Justiça espanhola aceitar o pedido de liberdade provisória feito pela defesa do jogador.
A saída de Daniel Alves da prisão
Condenado a quatro anos e meio de prisão por estupro, o lateral passou 14 meses em prisão preventiva e foi liberado por volta das 12h25 (horário de Brasília) desta segunda-feira. Ele saiu acompanhado de sua advogada, Inés Guardiola, enquanto Bruno Brasil, amigo que o acompanhava na noite do estupro, também esteve presente.
No momento da saída de Alves, funcionários de prisões da Catalunha realizavam protestos, mas as manifestações não estão relacionadas com o caso do brasileiro.
Esses protestos acontecem em meio a uma crise no sistema carcerário da região, após o assassinato da cozinheira Nuria López por um detento na prisão de Mas d’Enric, em Tarragona, há duas semanas.
As condições da justiça espanhola
Para evitar uma possível fuga, a justiça determinou que todos os passaportes do jogador sejam entregues. Além disso, ele terá que cumprir um afastamento de 1 km e não poderá se comunicar com a vítima. Daniel Alves também está proibido de deixar a Espanha e terá que se apresentar ao tribunal semanalmente.
O pedido de liberdade provisória de Daniel Alves foi aceito por maioria de votos na 21ª Seção do Tribunal de Justiça de Barcelona, após cinco negativas anteriores.
A 21ª Seção do Tribunal de Justiça de Barcelona considerou que, com os recursos apresentados por todas as partes, há possibilidade de o processo se estender além da metade da pena de prisão efetiva (dois anos e três meses) ou do tempo máximo para prisão preventiva na Espanha (dois anos).
Também explicou que a prisão preventiva exige ser “objetivamente necessária” e que “ou não existam outras medidas menos onerosas que possam ser adotadas ou dure o tempo mínimo imprescindível” para todo o processo.
O único voto contrário à concessão da liberdade provisória foi dado por Luis Belestá. Para o magistrado, a prisão preventiva de Daniel Alves deveria ser mantida até a metade da pena (dois anos e três meses), pois, em sua visão, “os argumentos que fundamentaram a prisão preventiva não apenas foram confirmados, mas também reforçados”.
O pagamento milionário
Daniel Alves levou cinco dias para reunir a quantia exigida. Após a transferência do valor para a conta do tribunal, foi dada a instrução à administração penitenciária para sua liberação. O jogador explorou várias opções para efetuar o pagamento o mais rapidamente possível.
Segundo o jornal catalão “La Vanguardia”, a defesa de Daniel Alves buscou um empréstimo bancário para garantir sua soltura. Um banco não divulgado teria concordado em ajudar, enquanto outros se recusaram, citando preocupações com a reputação.
Inicialmente, de acordo com o jornal, o responsável pelo pagamento da fiança seria o pai de Neymar, Neymar da Silva Santos. No entanto, o empresário negou qualquer envolvimento. Familiares e amigos do jogador teriam se mobilizado para reunir o montante necessário, conforme relatado pelo jornal catalão “El Periódico”.