Depois de realizar o sonho de jogar na Europa, Du Queiroz tomou a decisão de retornar ao Brasil para defender as cores do Grêmio, clube onde está há pouco mais de um mês.
A trajetória de construção de sua carreira em grandes clubes parecia inimaginável anos atrás para um garoto que cresceu em meio à criminalidade do Butantã, em São Paulo.
Du Queiroz teve infância complicada
Demonstrando resiliência, Du Queiroz superou momentos difíceis, como a prisão de seu pai quando tinha apenas sete anos, assim como ele relembrou em entrevista para o GE:
“Estando lá dentro e vendo o que é crime de verdade, para mim foi bom. Comecei a enxergar com outros olhos. Ali eu segui outro caminho.”
Du nasceu e foi criado na capital paulista, especificamente no bairro Butantã, localizado na Zona Oeste. Filho de pais jovens, ele cresceu em um ambiente onde compartilhava o mesmo terreno com seus tios, primos e avó.
Além das dificuldades financeiras enfrentadas pela família, o jogador do Grêmio precisou lidar desde cedo com uma realidade dura que acabou influenciando seu futuro.
A prisão do pai
Quando tinha apenas sete anos, Du testemunhou a detenção e prisão de seu pai. Ao lado de sua mãe, ele o visitava regularmente e até mesmo jogava futebol com ele nas dependências do local.
As experiências vivenciadas durante essas visitas, juntamente com o apoio da família, foram fundamentais para que o jovem Eduardo conseguisse resistir às estatísticas e evitar o envolvimento com a criminalidade da região:
“Foi um momento muito difícil para mim, porque eu era criança e o pai tem que estar junto com o filho. Meu pai, infelizmente, não estava. Mas eu aprendi muito. Estando lá dentro e vendo o que é crime de verdade, para mim foi bom. Comecei a enxergar com outros olhos.”
“Na rua, a gente pensa que é dinheiro fácil, só que quando a gente vê lá dentro como é o sofrimento, como que a família fica, virei minha cabeça e falei: ”não é isso que eu quero para minha vida”. Ali eu segui outro caminho“, contou Du Queiroz.
O jogador falou sobre ter fugido das estatísticas. “Às vezes não cai a ficha, porque vivi muita coisa. De todas as coisas que eu trilhei, graças a Deus, eu fugi da estatística e hoje estou aqui”, falou o jogador do Grêmio.
A importância da base familiar
Foi uma fase difícil, mas a família sempre esteve presente e conseguiu superar esse momento difícil juntos. Hoje em dia, Du faz questão de estar próximo daqueles que ama sempre que possível. Ele frequentemente convida seu primo, que joga no Brasil de Pelotas, para visitá-lo em Porto Alegre.
Ao refletir sobre seu passado, Du reconhece e valoriza profundamente a importância da união familiar em sua vida:
“Meu pai e minha mãe nunca deixaram faltar nada para mim. Meus tios também sempre me ajudaram, meus primos, todo mundo sempre me ajudou muito. Nunca deixaram faltar nada. Se eu falar que passei fome é mentira. Mesmo meu pai tendo feito coisa errada, nunca deixou faltar nada para mim, sempre me colocou como prioridade.”