Daniel Alves declarou: “Não vou fugir”. Segundo a imprensa espanhola, essa afirmação foi feita durante uma videoconferência realizada nesta terça-feira (19), na 21ª Seção do Tribunal de Justiça de Barcelona.
Os magistrados estão ouvindo as partes envolvidas em relação a um novo pedido de liberdade provisória feito pelo jogador brasileiro, que foi condenado a quatro anos e meio de prisão por agressão sexual. O resultado dessa audiência será divulgado nos próximos dias.
“Não vou fugir. Confio na Justiça e estarei sempre à sua disposição”, afirmou Dani Alves, de acordo com jornais como “La Vanguardia”, “El Periodico” e “Sport”. A sessão foi conduzida a portas fechadas.
Daniel Alves garante medidas
De acordo com relatos da imprensa espanhola, Daniel Alves assegurou que permanecerá na Espanha até o desfecho do processo, enfatizando que Barcelona é o seu local de residência. Sua advogada, Inés Guardiola, propôs medidas alternativas à prisão.
Entre as medidas, estariam o pagamento de uma fiança de 50 mil euros (cerca de R$ 273 mil), a entrega dos passaportes – uma sugestão que já havia sido feita durante o julgamento realizado em fevereiro – e a obrigação de se apresentar semanal ou até mesmo diariamente a um juizado.
Ministério Público se opõe
Por sua vez, a acusação liderada pela advogada Ester García, e o Ministério Público se opuseram ao pedido da defesa do jogador, argumentando que o risco de fuga persiste “tanto pela nacionalidade brasileira quanto pela capacidade econômica”.
Devido a uma crise no sistema carcerário da Catalunha, Daniel Alves não pôde comparecer pessoalmente ao tribunal e participou da audiência por videoconferência. Ele está detido no Centro Penitenciário Brians 2, nos arredores de Barcelona, onde permanece em prisão preventiva há quase 14 meses.
O pedido de Daniel Alves
O pedido da defesa de Daniel Alves é para que o brasileiro, tendo já cumprido um quarto da pena de prisão efetiva, aguarde a decisão dos recursos em liberdade provisória. A expectativa é que esses recursos sejam julgados nos próximos meses.
Todas as partes envolvidas recorreram da sentença: a defesa do jogador pede a absolvição; o Ministério Público e os advogados da vítima solicitam a pena máxima, de 12 anos.
Jornais da Catalunha indicam que a crise no sistema carcerário pode influenciar na decisão do pedido de liberdade provisória para Daniel Alves, que teve cinco solicitações semelhantes negadas anteriormente. A Justiça Espanhola alegou risco de fuga, destruição de provas ou reincidência para negá-las.
Defesa do jogador está otimista
Como a pena imposta foi relativamente baixa, a defesa do jogador acredita que seus argumentos possam ser considerados. A parte denunciante solicitou uma pena máxima de 12 anos de prisão, enquanto o Ministério Público sugeriu nove anos de cárcere.
O jogador foi condenado a quatro anos e meio, além de cinco anos de liberdade condicional, pela agressão sexual ocorrida em uma boate de Barcelona, em dezembro de 2022.
Na Espanha, o limite máximo para a prisão preventiva é de dois anos, e esse prazo também será considerado no novo pedido de liberdade. Conforme o La Vanguardia, Daniel Alves pretende ainda sugerir o pagamento de um depósito como garantia à Justiça de que não irá fugir.
Entretanto, o jogador enfrenta dificuldades financeiras devido a uma disputa judicial com sua ex-esposa, Dinorah Santana. Esse litígio resultou no bloqueio de suas contas.