Robinho, sentenciado a nove anos de prisão por participação em violência sexual em grupo na Itália, alegou que o sistema judiciário do país europeu foi motivado por racismo em seu caso.
Na quarta-feira (20), o Superior Tribunal de Justiça (STJ) irá deliberar sobre o pedido das autoridades italianas para que o ex-jogador cumpra a sua sentença no Brasil.
Robinho argumentou que possui evidências substanciais que foram desconsideradas, mesmo após passar por três instâncias judiciais na Itália.
Robinho cita casos de racismo na Itália
De acordo com o jogador, ele pontuou que foi condenado por conta dos pensamentos racistas. “Só joguei quatro anos na Itália e já cansei de ver histórias de racismo. Infelizmente, isso tem até hoje”, disse.
“Foi em 2013, estamos em 2024. Os mesmos que não fazem nada com esse tipo de ato (racismo) são os mesmos que me condenaram”, afirmou Robinho, em entrevista para a Record TV.
“Com certeza, se o meu julgamento fosse para um italiano branco, seria diferente. Sem dúvidas. Com a quantidade provas que eu tenho, não seria condenado”, completou o ex-jogador.
A relação com a vítima
Robinho reconhece ter tido um encontro breve com a vítima na noite do incidente. No entanto, ele insiste que foi consensual e reitera que os exames realizados durante a investigação não encontraram seu DNA, já que ele teria utilizado preservativo:
“Tivemos uma relação superficial e rápida. A gente trocou beijos, fora isso, fui embora para casa. Em nenhum momento ela empurrou, falou “para”. Tinha outras pessoas no local. Quando vi que ela queria continuar com outros rapazes, eu fui embora para casa.”
O ex-jogador do Santos ainda afirmou que nunca negou as relações com a moça, mas aponta que tudo aconteceu de forma consensual. “Eu nunca neguei. Foi consensual. Nunca neguei. Poderia ter negado, porque não tem meu DNA lá. Mas não sou mentiroso”, completou Robinho.
Os áudios debochando do caso
Na entrevista à TV Record, Robinho frequentemente afirmou que a vítima não estava embriagada na noite do incidente e reiterou que os exames do processo corroboram essa informação.
No entanto, áudios de gravações feitas pela investigação da polícia italiana sugerem que o brasileiro teria declarado que “a mulher estava completamente bêbada”.
Além disso, os áudios indicaram que Robinho deu risadas ao saber que seria acusado de estupro. Ao ser questionado sobre essas gravações pela TV Record, o jogador alegou que as conversas registradas no processo ocorreram em um contexto de grande pressão e admitiu que foram controversas.
“Os áudios foram um ano depois do ocorrido. Naquele contexto dos áudios, eu estava conversando com pessoas que não são confiáveis. Muita gente sempre se aproxima de jogador de futebol para arrancar dinheiro. Começaram com história de gravidez. Minha risada foi de indignação… de que não ia deixar me extorquir. Sei que não cometi crime. Não foi de deboche da vítima.”
“O que é verdade foi o que relatei no processo. Áudios foram fora de contexto, com pessoas que estavam me perseguindo. Eu falo muitas coisas controversas, mas o contexto do áudio é exatamente isso”, finalizou Robinho.