O Sport se pronunciou oficialmente na noite desta terça-feira (12) sobre a punição sofrida pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva, que consiste na perda de oito mandos de campo devido ao ataque ao ônibus do Fortaleza.
O clube afirmou que irá recorrer da decisão, criticou a punição, alegou que prejudica milhares de torcedores e a classificou como uma “cortina de fumaça”.
Sport reclama da decisão
Com um texto contundente, o Sport também classificou a decisão como “descabida” e “injusta”. Em sessão do STJD realizada nesta manhã de terça-feira, o clube foi punido, adicionalmente, com a impossibilidade de levar sua própria torcida na condição de visitante.
Como se trata de uma decisão em segunda instância, cabe recurso, que deve ser protocolado pelo Sport junto ao órgão ainda nesta terça-feira.
Desde o dia 22 de fevereiro até agora, ocorreram diversas reuniões, incluindo uma agenda nacional liderada pelo clube pernambucano, com o objetivo de combater a violência no futebol, porém, não houve prisões relacionadas ao incidente.
Cerca de 15 pessoas foram ouvidas pela Polícia Civil de Pernambuco, incluindo testemunhas e suspeitos. A polícia permanece em silêncio, justificando que não deseja atrapalhar as investigações em curso.
Presidente também se pronunciou
Em um pronunciamento, o presidente do Sport, Yuri Romão, manteve o mesmo tom adotado na nota oficial e criticou a punição imposta pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD):
“O Sport não aceita essa punição pois não nos sentimos responsáveis por essa ação (…). Não é possível que após 20 dias do ocorrido ainda não tenhamos ninguém punido. Ou seja, os verdadeiros criminosos continuam soltos e nesse momento rindo do STJD . Quem está sendo punido é o clube, os nossos atletas e os nossos funcionários.”
A nota do Sport
“O Sport Club do Recife se posiciona contrário a punição imposta pela Segunda Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), na manhã desta terça-feira (12). A vice-presidência jurídica do Rubro-negro vai recorrer dessa decisão descabida e injusta.
Não se pode novamente tratar de um tema tão complexo, que hoje é uma chaga nacional, de maneira tão rasa. Não é possível ir pelo caminho de decisões comprovadamente ineficazes só para criar uma falsa sensação de justiça que nada reflete na realidade e que em nada resulta na redução da violência. É só mais uma cortina de fumaça.
Pelo contrário. Esse tipo de punição coletiva, na verdade, atinge milhões de torcedores inocentes e instituições com centenas de trabalhadores, profissionais e prestadores de serviço, deixando justamente o caminho livre para os verdadeiros criminosos cometerem atos de covardia e violência, como aconteceu no dia 22 de fevereiro. Criminosos que continuam soltos por aí, sem nenhuma responsabilidade dos atos e que seguem aterrorizando a todos que vivem o futebol brasileiro, independente de time, cidade ou Estado. O Sport não pode ser responsabilizado por isso!
Punir uma instituição que não tem nenhuma relação com a torcida organizada, que cumpriu com todas as orientações de segurança e que não tem nenhum poder de Estado para coibir bandidos pela cidade não é fazer justiça. É querer mostrar serviço sem atentar para o verdadeiro problema. A punição, além de não resolver, acoberta e tira o foco e a pressão de se investigar os culpados e as organizações criminosas por trás dos atos.
Não punir esses indivíduos, e sim os clubes, é um caminho desleixado para um problema tão sério. Estamos vivendo um problema social e não desportivo. Uma crise de segurança pública, de norte a sul, rodada após rodada. É preciso entender e levar a sério a complexidade do tema. Cobrar atitude dos órgãos responsáveis. Afinal, nenhum clube do Brasil vai resolver esse grave problema sozinho.
Só com comprometimento total do poder público, responsabilidade, rigidez e cooperação dos serviços de inteligência é que vamos avançar.”