“O motor da equipe”: foi assim que Tite definiu a importância do uruguaio De la Cruz no Flamengo. Nos últimos jogos, a maior contratação do clube nesta janela de transferências encontrou seu posicionamento ideal no time de Tite.
De la Cruz, que vinha atuando mais adiantado, aumentou seu rendimento ao ser escalado em uma posição mais recuada desde a ausência de Gerson.
A importância de De La Cruz para o elenco
Uma infecção renal com complicações afastou o volante Gerson desde o jogo contra o Boavista. Já são quatro partidas em que De la Cruz é escalado para atuar como segundo volante do Flamengo – em três delas, contou com Pulgar e Arrascaeta para formar o trio no meio-campo.
Diante do Boavista, em seu primeiro jogo como segundo volante, o uruguaio jogou ao lado de Igor Jesus e Arrascaeta. De la Cruz permaneceu os 90 minutos em campo, proporcionou uma assistência para o conterrâneo marcar, tocou na bola 102 vezes e acertou 95% dos passes. Além disso, contribuiu com oito toques decisivos para os companheiros.
Foi nesta partida que o camisa 18 atuou pela primeira vez na nova posição pelo Flamengo. Terminou o jogo com três desarmes, sendo um deles na jogada que originou o primeiro gol de Arrascaeta.
A confirmação de sua evolução veio na vitória sobre o Fluminense, em que o uruguaio acertou 17 dos 18 passes e teve mais uma grande atuação. Embora não tenha fornecido assistência, teve participação importante no belo gol de Cebolinha.
“Ficamos numa situação exposta, e o Nico jogou muito, foi o motor da equipe, rodando para caramba. Então isso serve para equilibrar a equipe e dar a consistência quando necessário for”, comentou o treinador Tite após a vitória por 2 a 0 diante do Fluminense, em 25 de fevereiro.
O destaque do uruguaio no Flamengo
A goleada sobre o Madureira selou a conquista da Taça Guanabara e mais uma atuação exemplar de De la Cruz no meio-campo ao lado de Pulgar e Arrascaeta. Ele errou apenas seis passes em um jogo no qual arriscou movimentações e jogadas complexas.
Na primeira partida da semifinal contra o Fluminense, o uruguaio permaneceu os 90 minutos em campo e acertou seis passes decisivos para a criação de jogadas de perigo contra o time de Fernando Diniz.
Novamente, encerrou a partida com um índice de acerto de passe superior a 90%, mas falhou na hora de finalizar, o que o impediu de marcar seu primeiro gol com a camisa do Flamengo.
Os números no Carioca
No Campeonato Carioca, De la Cruz é o terceiro jogador do Flamengo com mais desarmes (11), ficando atrás apenas de Ayrton Lucas (11) e de seu compatriota Arrascaeta (13).
Apesar de ainda não ter balançado as redes e ter fornecido apenas uma assistência, suas últimas atuações delineiam o que os torcedores podem esperar do uruguaio, que custou mais de R$ 77 milhões: visão de jogo, qualidade no passe, verticalidade e ocupação de todos os espaços, conforme demonstrado pelo mapa de calor até o momento.
A função como segundo homem é recente no Flamengo, visto que num primeiro momento De la Cruz atuou mais avançado, pela direita. No entanto, essa posição é rotineira na carreira do uruguaio, principalmente nos tempos em que vestiu a camisa do River Plate.
Como um dos grandes nomes do time argentino, De la Cruz se destacou pela versatilidade e pelas atuações como segundo volante. Essa posição também foi desempenhada por ele em algumas oportunidades pela seleção uruguaia.