A decepcionante passagem de Júnior Moraes pelo Corinthians foi significativamente influenciada por questões relacionadas à sua saúde mental. Estas, inclusive, se manifestaram fora dos campos.
Com apenas um gol em 21 jogos pelo Timão, o jogador deu uma entrevista para o ‘ge’ e comentou sobre os desafios enfrentados no ano anterior, recordou o desentendimento com Alessandro Nunes, que na época era o gerente de futebol do clube, e expressou o desejo de retornar à Ucrânia.
Atualmente, ele está se mantendo em forma no CT do Santos enquanto aguarda uma nova oportunidade em sua carreira. “Eu fiquei bem triste de não poder desfrutar e performar no Corinthians, mas eu não estava bem da cabeça”, contou Júnior.
Júnior Moraes revela fase no Corinthians
O jogador rescindiu seu contrato com o Corinthians em junho do ano passado e, desde então, concentrou-se em cuidar de sua saúde mental. Sua chegada ao clube ocorreu em 2022, após ter deixado precipitadamente a Ucrânia devido à guerra em curso no país, que perdura até os dias atuais.
“Entendi que estava no meu limite de desgaste emocional. Precisava baixar esse limite emocional, essa loucura, cuidar dessa parte. Foi um momento pelo qual eu nunca havia passado. Foi importante ficar com a minha família, longe dessa loucura de cobrança e não só dos outros, mas autocobrança”, disse ele.
“Foram 12 anos performando bem e quando cheguei no Corinthians passei por uma fase difícil demais. Apesar de estar num clube de massa, a minha cobrança comigo mesmo foi excessiva. Cuidei de mim de lá para cá e nos últimos quatro meses tenho treinado forte para acertar com outro clube e seguir jogando”, contou.
“Estou com fome de fazer gols. Meu plano inicial era jogar na França, no Paris FC, mas quando cheguei lá, mudaram o que havia sido combinado e acabou não dando certo”, completou.
Alergia, hospital e mais
No Corinthians, o jogador enfrentou dificuldades com alergias que causavam inchaço em seu rosto, lesões e poucas oportunidades. Para ele, mesmo jogando ao lado de craques, isso não teria resolvido seus problemas naquele momento.
“Quando eu estava no clube, achava que eram as alergias, mas uma hora era dor no joelho, nas costas, no tornozelo. Na verdade, era o meu corpo pedindo para eu parar e eu não estava entendendo. Ninguém tem histórico de pegar um atleta da guerra. Só fomos entender isso lá para março de 2023.”
“Infelizmente, foi um momento em que eu poderia estar com Neymar, Ganso, Renato Augusto e William que não iria render porque não estava bem da cabeça. Tomei corticoide por um ano e não resolvia. Precisava colocar a cabeça em paz. Hoje, treino forte e coloco a molecada para correr”, contou ele.