Utilizando os recursos ao seu alcance, o Sport tomou medidas nesta segunda-feira para eliminar sócios do clube com antecedentes criminais em estádios e áreas públicas.
Além disso, a diretoria rubro-negra está intensificando a pressão sobre as autoridades de Pernambuco em busca de respostas referentes ao atentado contra o ônibus do Fortaleza, que aconteceu na madrugada do último dia 22.
As ações do Fortaleza após ataques
De acordo com o informado pelo vice-presidente jurídico do clube, Rodrigo Guedes, a presidência executiva emitiu uma portaria solicitando a aplicação de penalidades disciplinares e administrativas de impedimento para 34 sócios.
“Foi constatado envolvimento desses associados em crimes cometidos em estádios e praças esportivas. Concomitantemente, oficializamos ao Conselho Deliberativo, pedindo a exclusão desse mesmo pessoal”, explicou o dirigente.
Para identificar os sócios em questão, o Sport cruzou dados internos do clube com informações fornecidas pela Secretaria de Segurança Pública (SDS) do estado de Pernambuco. A direção rubro-negra mantém um contato contínuo e colaborativo com as autoridades:
“O clube requereu à SDS a relação de membros de torcidas organizadas, a relação atualizada de crimes cometidos. Também foi requerido a proibição de usos vestimentas, adereços e faixas da Torcida Jovem nos estádios.”
A torcida mencionada está sob suspeita de ter membros envolvidos no ataque à delegação do Fortaleza. Conforme relatado pelo CEO do clube cearense, Marcelo Paz, jogadores e membros da comissão do clube cearense foram alvo de explosivos e arremesso de pedras por torcedores do time pernambucano, que estavam “vestidos de amarelo”, cores associadas à referida organizada.
Punições à torcida
Desde 2020, o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) decretou o encerramento das atividades da Torcida Jovem, Inferno Coral e Fanáutico, “em virtude de episódios frequentes de violência, vandalismo e confrontos”.
Nessa mesma ocasião, a extinção dos Cadastros Nacionais de Pessoa Jurídica (CNPJ) das mencionadas organizações também foi determinada.
Apesar dessa decisão, todas as três torcidas continuam participando dos jogos por meio de artifícios. Para contornar a proibição, além de não utilizar os símbolos das organizadas, elas optaram por alterar seus nomes. Um exemplo é a Torcida Jovem do Sport, que passou a se chamar Torcida Jovem do Leão.
O dirigente expôs pedidos feitos pelo Sport:
“Pedimos ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE) que seja dada efetividade a decisão judicial de extinção das torcidas organizadas no estado. Elas foram extintas, mas abrem outros CNPJs com o mesmo endereço, cores… A gente vê que é uma tentativa de burlar decisão judicial.”
“Pedimos também ao Comando Geral da Polícia Militar de Pernambuco (PMPE) e à SDS que seja dada efetividade (à extinção) e que sejam penalizadas. O maior problema é impunidade”, completou o vice jurídico do Sport.
Sport não ajuda
Rodrigo Guedes também enfatizou que o Sport não mantém qualquer relação com torcidas organizadas. “O que de praxe clubes fazem: dão ingressos, dinheiro para viagem, fornecem espaço para guardar material. O Sport há muitos anos não tem isso dentro do clube”, afirmou.
Entretanto, a direção rubro-negra continua seus esforços para agendar uma reunião com a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra. Na última sexta-feira (23), o clube realizou uma reunião com representantes da SDS, PMPE e MPPE. A Polícia Civil já identificou suspeitos de participarem do ataque ao ônibus do Fortaleza.