Em entrevista exclusiva ao ge, o treinador Fábio Carille falou sobre o momento vivido pelo Santos. O comandante destacou a importância de uma boa gestão, elogiou mudanças implementadas e deu sua opinião sobre as prévias que o clube vem tendo sobre a Série B.
Santos e a cara de ‘Carille’
O treinador comentou sobre ter deixado o Santos com a cara do seu estilo de jogo. “Muito se fala desse tal jeito do Carille. Vamos lá: pega o Manchester City, por exemplo, e olha o que fazem os pontas: todos eles voltam”, começou o treinador.
“No Arsenal, o Saka joga do lado do lateral sem a bola. Esse é o futebol. Hoje, por eu ter laterais mais construtores, o Aderlan vem fazendo esse trabalho e o Felipe Jonatan tem qualidade para jogar assim, preciso de atacantes que agridam. É diferente de ter um meia do lado e ter o Hayner”, apontou.
Cazares e Guilherme
Logo depois, o treinador deu sua opinião sobre Cazares. Carille apontou que o jogador, que era um sonho antigo de treiná-lo, vem se mostrando bastante focado nos treinos do Santos:
“Muito, muito mesmo. Tentei levá-lo para o Corinthians, para a Arábia Saudita e para o Japão. É um jogador que eu sempre quis trabalhar, sei de sua qualidade e de sua história. O Gallo trabalhou com ele no Atlético-MG e me disse que o Cazares estava bem, e ele está mesmo. Está trabalhando sério, querendo, mostrando e tem muita qualidade.”
Sobre Guilherme, o treinador destacou as mudanças que vem implementando no estilo de jogo do lateral. “Ele não voltava muito, né (risos)?! Agora, comigo está voltando. No futebol de hoje tem que voltar”, apontou Carille.
Perfil de Carille
Sobre questionado sobre seu perfil mais tranquilo e calado, o treinador destacou a importância de uma boa gestão. “Não tenho dúvida nenhuma de que o sucesso de um time está 60% atrelado à gestão, fazendo o ambiente ficar legal”, destacou.
“Não tem segredo, é chamar o atleta, olhar no olho e falar a verdade: ‘Estou te tirando’. Se ele perguntar o porquê, você precisa ter uma resposta. Não tem outro caminho que não seja olhar no olho e explicar o porquê de você estar tirando alguém e colocando outro”, disse Carille.
“Sempre gosto de falar e, se eu falo, dou a oportunidade de ser questionado. Por isso que você precisa estar pronto para responder. Não tem segredo”, afirmou o treinador.
Previsão da Série B
Por fim, Carille deu sua opinião sobre as experiências que o Santos vem tendo com os clubes do Paulistão, com o treinador destacando a importância de enfrentar equipes tão organizadas.
“Já tivemos três experiências: Mirassol, Novorizontino e Botafogo. Alguns não subiram por um ponto, ideias montadas, mesmos treinadores. Novorizontino com três zagueiros altos e dois volantes, o jogo vai ser pelos lados”, apontou ele.
“Com Mirassol, que joga com uma linha de quatro, dá para tentar achar espaço por dentro. Vai depender do que vamos enfrentar e das características dos nossos jogadores. Futebol não é ciência exata. Temos muito potencial para chegar forte na Série B”, completou Carille.
O treinador ainda citou a obrigação do Santos em conquistar a Série B:
“Obrigação é de subir. Nosso papel é pensar em ser campeão. Não posso pensar em ficar em quarto porque qualquer erro eu fico em quinto. Pensar em título. Vamos ter condições, mas a obrigação é de ficar entre os quatro. Ser campeão dependerá muito do que vai acontecer e vamos brigar por isso, mas a obrigação é subir e estar na Série A de 2025.”