O ataque ao ônibus do Fortaleza na madrugada da última quinta-feira (22) resultou em mais de 1.200 ferimentos físicos nos jogadores. A informação foi confirmada pelo médico Cláudio Maurício, diretor do Departamento de Performance do clube, durante uma entrevista ao Fantástico.
Médico confirma mais de 1000 lesões
Durante a conversa, o médico confirmou que as 1.200 lesões são apenas dos seis jogadores que foram periciados: Escobar, João Ricardo, Lucas Sasha, Dudu, Titi e Brítez.
“Nós estamos falando de seis atletas periciados. Dos seis, eu acompanhei pelo menos 1.200 lesões nesses atletas. A natureza das lesões fala por si só”, destacou Cláudio Maurício.
“Temos lesões contusas, perfurantes, queimaduras de segundo grau, lesões com deformidade definitiva. Temos lesões que não vão se apagar mais, que são cicatrizes definitivas”, explicou o médico.
“Não tenho dúvidas de que não estamos hoje velando alguém por segundos ou pela mão de Deus. Porque muitas das lesões poderiam ser fatais por centímetros”, garantiu o diretor do Departamento de Performance do Fortaleza.
A situação de Escobar
A situação mais delicada envolve o lateral Escobar. Ao todo, o jogador recebeu 13 pontos entre a boca e a sobrancelha, sendo o atleta que demandará maior cuidado e tempo para se recuperar antes de retornar aos treinos.
O médico destacou como foi lidar com os ferimentos do lateral. “A situação do Escobar é de dar dó, o que ele está passando nesses primeiros dias. No primeiro momento ele não tinha condição nem de ir ao hospital mais especializado”, destacou.
“Ele foi para o hospital mais próximo e deu entrada na UTI até recobrar a consciência e poder ter os primeiros cuidados”, relembrou o médico do Fortaleza.
Escobar foi diagnosticado com traumatismo cranioencefálico, além de múltiplas lesões na face.
Apoio psicológico
O médico destacou também o suporte psicológico fornecido pelo clube aos atletas. “A gente fez uma brigada, uma força-tarefa para conseguir dar esse suporte psicológico para eles. Nem todos os atletas têm família aqui, alguns tem, alguns uma parte apenas”, destacou Cláudio Maurício.
O médico comentou sobre o que o clube tem feito para demonstrar o apoio para os jogadores que foram lesionados e/ou traumatizados pelo ataque. “A gente tem tentado ir à casa deles para dar esse suporte, mas também trazê-los para o clube, até porque o convívio com os colegas ajuda”, disse o médico do Fortaleza.
“Às vezes vai ficar isolado, você fica revivendo aqui, na sua mente, não dorme bem, acorda mal. Estamos oferecendo suporte psiquiátrico, com medicação para quem a gente acha que tem indicação nesse momento. E assim vamos tentar aos poucos reintegrá-los, mas respeitando a dor de cada um”, finalizou ele.
O Fortaleza retomou suas atividades no fim de semana e permitiu a presença de torcedores durante o treino, a fim de receber o apoio da torcida, de olho nos compromissos da Copa do Brasil, que aconteceria nesta semana.
O Leão do Pici também pediu e a CBF atendeu, modificando a data do próximo jogo. O confronto contra o Fluminense-PI pela Copa do Brasil passou de 29 de fevereiro para 3 de março.