Tiago Nunes não ocupa mais o cargo de treinador do Botafogo. A decisão foi influenciada pela falta de resultados consistentes e pela irregularidade do desempenho da equipe.
A demissão foi tomada após a chegada do elenco ao Rio de Janeiro. Na última quarta-feira (21), o time empatou por 1 a 1 com o Aurora, na Bolívia, no primeiro confronto da Pré-Libertadores.
A demissão de Tiago Nunes
Na partida em Cochabamba, o treinador foi expulso no final do jogo. Tiago Nunes envolveu-se em uma discussão com o treinador do Aurora e chegou a realizar um gesto de “chororô” em direção ao adversário.
O treinador esteve à frente do Botafogo em um total de 15 partidas, registrando quatro vitórias, sete empates e quatro derrotas durante sua passagem pelo clube.
Coletiva polêmica no Botafogo
No último domingo (18), a entrevista coletiva de Tiago Nunes após a derrota por 4 a 2 para o Vasco gerou polêmica. Inicialmente, o treinador mencionou que alguns jogadores estavam expressando o desejo de não jogar.
Pouco tempo depois, o treinador esclareceu que não houve um pedido formal, mas que interpretou isso com base em sinais dados por esses atletas do Botafogo.
No dia seguinte, Tiago Nunes compartilhou um vídeo em suas redes sociais afirmando que, em momento algum, alguém solicitou para não jogar, esclarecendo que suas declarações foram mal interpretadas.
O auxiliar-técnico Fabio Matias assume interinamente a equipe a partir desta sexta-feira. Ele estará à frente do time contra o Audax, neste sábado (24). Com isso, o novo técnico será definido nos próximos dias. A expectativa é que o novo treinador seja escolhido dentro da holding, a empresa multiclubes da SAF Alvinegra, de John Textor.
Os bastidores da demissão
A demissão de Tiago Nunes do Botafogo não ocorreu exclusivamente por conta do empate. A decisão, tomada na manhã de quinta-feira, foi motivada por uma combinação de fatores, sendo o resultado em Cochabamba considerado como um “estopim”.
A decisão está muito relacionada à postura da equipe dentro de campo. John Textor, proprietário da SAF do Alvinegro, estabelece como premissa que a equipe adote um estilo de jogo ofensivo. O norte-americano vinha demonstrando irritação com algumas decisões do treinador há algumas semanas.
Ele estava irritado, principalmente, em relação à forma como a equipe se comportava taticamente. Internamente, o executivo expressou que, em alguns jogos, o Botafogo apresentou uma piora no decorrer do segundo tempo devido a substituições e adotou uma postura mais recuada.
Essa situação ocorreu em partidas do Campeonato Carioca, como no confronto contra o Flamengo – o primeiro que incomodou Textor. No entanto, isso não foi totalmente considerado.
Afinal, compreendeu-se que o contexto de Tiago Nunes na competição não era ideal. O treinador gaúcho iniciou a temporada sem um lateral-direito de ofício e teve os principais reforços chegando durante o decorrer da competição.
Apesar desses fatores, a pressão sobre o treinador cresceu internamente, e a Libertadores representava uma oportunidade para uma resposta. No entanto, essa resposta não foi positiva: Textor, mais uma vez, ficou insatisfeito com a maneira como a equipe se comportou no segundo tempo, mesmo estando em vantagem no placar. O time sofreu o empate aos 51 minutos.