O projeto de reconstrução do Santos tem absorvido os dias e noites de Marcelo Teixeira. Ele foi eleito presidente do clube da Vila Belmiro em dezembro do ano passado, poucos dias após o rebaixamento inédito para a Série B do Campeonato Brasileiro.
O dirigente colocou de lado os assuntos relacionados aos negócios da família para concentrar-se na resolução dos prementes desafios enfrentados pelo Santos.
Marcelo Teixeira revela dívidas do Santos
Em entrevista ao ge, o dirigente faz uma análise minuciosa das ações em suas primeiras semanas de gestão. Ele detalha a complicada situação financeira do Santos, mencionando um déficit de R$ 65 milhões deixado por seu antecessor, Andres Rueda.
Além disso, explica os detalhes da negociação com um novo patrocinador máster, em um contrato que pode atingir R$ 135 milhões.
O presidente revelou mais informações sobre a quitação dos salários e direitos trabalhistas que estavam atrasados:
“Apenas da temporada anterior temos um buraco de R$ 65 milhões. É um volume e uma situação gravíssima. Não tenho esse perfil como gestor de lamentar e ficar falando do passado. Temos essa realidade e agora temos que buscar soluções para encontrarmos recursos financeiros para saldarmos esse compromisso.”
“Temos a prioridade de saldar os compromissos salariais e os impostos, temos também tido, por parte dos credores, uma certa tolerância e paciência. O departamento financeiro e jurídico têm sido claros para saldar esses compromissos dentro do diálogo”, completou Marcelo Teixeira.
O mandatário do Santos destacou que a meta do clube é quitar as dívidas. “Paralelamente a isso, o Santos busca aumentar suas receitas mesmo com a queda para a Série B. Temos o agravante de termos o orçamento diminuído pela metade por conta do rebaixamento”, contou ele.
“Se tivéssemos ficado em 16º no Brasileirão do ano passado, teríamos uma premiação a receber. Não recebemos nada e ficamos com cota diminuída. É uma matemática difícil para equilibrar as despesas. Estamos trabalhando para que o Santos encontre, no médio prazo, um equilíbrio”, completou ele.
Redução da folha salarial
Na última vez em que abriu o jogo sobre a folha salarial do Santos, o presidente falou que o valor era de R$ 7,7 milhões, levando em consideração o elenco profissional. O Grupo B gastava mais R$ 1,7 milhão.
Desde então, alguns jogadores, como Lucas Lima e Mendoza, deixaram o clube. Além disso, também houve uma renegociação com Morelos. O presidente destacou o valor que vem gastando com a folha salarial:
“Em 2023, considerando encargos, tínhamos uma folha de aproximadamente R$ 20 milhões. Hoje, nossa folha está na casa dos R$ 8 milhões. Essa é a meta a ser alcançada. É um valor relativamente alto para a disputa da Série B. Pretendíamos que a folha estivesse, no máximo, entre R$ 5 milhões e R$ 6 milhões, mas havia sempre não só a necessidade de reposição de um novo elenco, o que foi feito de forma muito rápida, como também negociarmos jogadores que estavam no ano passado.”
Marcelo Teixeira explicou mais detalhes sobre os valores. “Esses valores ainda estão dentro da própria folha salarial. O Santos continua assumindo parte dos vencimentos dos salários (jogadores emprestados) e outros ainda permanecem no clube”, disse.
“O Santos permanecerá dentro desse nível. O que pode acontecer é que no Paulistão, que é um campeonato laboratório, possa haver uma reposição, uma possível troca de peças visando a disputa do Campeonato Brasileiro, mas nunca saindo do patamar e do nível que temos hoje”, completou.