Um dia após conceder uma coletiva afirmando que os jogadores do Botafogo estavam “pedindo para ter uma sequência fora da equipe” e, em seguida, esclarecer que não houve um pedido formal, o técnico do time, Tiago Nunes, se manifestou nas redes sociais.
Em um vídeo publicado como comunicado oficial nesta segunda-feira (19), após a derrota para o Vasco por 4 a 2 pelo Campeonato Carioca, o treinador afirmou que “os jogadores não pediram para sair” da equipe.
Tiago Nunes esclarece polêmica
O treinador destinou o seu recado para os torcedores do Botafogo que haviam ficado incomodados ou tristes com a situação. “Estamos trabalhando para fazer esse clube gigante ainda maior. Estou vindo aqui publicamente para fazer manifestação ao torcedor, em função de notícias que estão viralizando. É bom não perder tempo”, começou ele.
“O máximo responsável por tudo que acontece da parte desportiva do Botafogo sou eu. Jamais vou transferir para qualquer jogador, temos uma relação honesta, direita e verdadeira. Quero deixar claro que nenhum jogador pediu para sair ou ficar de fora”, pontuou Tiago Nunes.
O técnico destacou a equipe que conta. “Temos grupo de homens, caras corajosos, que têm força, trabalhadores. Hoje estão se vinculando muitos recortes, pequenas falas, sem ter o contexto adequado, o que gera falsas notícias. Os que querem tumultuar o ambiente interno não vão conseguir”, destacou ele.
“Sou o máximo responsável por tudo que acontece e jamais vou passar a um jogador. As coisas ainda não estão acontecendo, o Botafogo está em transformação, reconstrução, precisamos de todos unidos. Aqueles que querem tumulto externo não vão conseguir”, ressaltou o treinador do Botafogo, que completou:
“Quando manifesto que alguns jogadores precisam descansar, que precisamos de mais presença, mais volume de jogadores, é justamente para evitar cancelamentos, que alguns fiquem marcados como culpados. Estou aqui para proteger meu grupo. Não interprete de forma equivocada. Por favor, nosso torcedor verdadeiro, vai lá na coletiva e assiste toda, não confie nesses recortes. Entende o contexto e dá sua opinião. Vamos com fé e força. Fiquem com Deus.”
O que tinha dito o treinador do Botafogo
O técnico Tiago Nunes expressou preocupação com a reação emocional de sua equipe na derrota por 4 a 2 para o Vasco, ocorrida no último domingo domingo (18), no estádio Nilton Santos. O Botafogo começou a partida vencendo, mas enfrentou uma queda de rendimento na segunda etapa e foi superado pelo time adversário.
Ao término do jogo, o treinador revelou que alguns jogadores teriam manifestado o desejo de ficar fora da equipe devido ao intenso desgaste emocional. Logo depois, em outra resposta, esclareceu que não houve um pedido direto, mas que percebeu sinais dados pelos atletas por meio de “códigos do meio do futebol”.
As falas de Tiago Nunes:
“O professor Luis Castro, que teve muito sucesso aqui, levou quase um ano para levar o Botafogo a um nível competitivo que durou entre 5 e 6 meses. Durante esse ano o Botafogo oscilou até encaixar a equipe no início do Brasileiro. Depois a dificuldade emocional, sim. A gente não conseguiu repetir. A gente tem uma memória emocional do ano passado. Quando sofre revés como esse, volta tudo à tona. Por mais que a gente tenha mudanças no elenco, o time titular é remanescente do ano passado. Vamos evoluir através da sequência de resultados positivos e também da chegada de jogadores para encorpar o grupo e não só o titular. Porque muitos jogadores estão pedindo para ter uma sequência fora da equipe, para parar de carregar essa carga emocional tão forte. Você tem que ter mais jogadores de um nível compatível para manter o Botafogo competindo em alto nível.”
Em outro momento, ele falou o que percebeu:
“Nós que somos pessoas do futebol e estamos há muito tempo, o futebol tem códigos e temos de respeitar. Depois de 20 anos convivendo com atletas, a gente sabe quando o atleta está no limite técnico, físico, mental, que precisa ter um descanso, sair um pouco da zona de alvo. Para se libertar de alguns rótulos que recebem durante o ano. Se pensarmos de forma racional, o grupo do Botafogo que construiu aquela fase maravilhosa ano passado era pequeno. Eram 13, 14,15 jogadores que rodavam o tempo todo. Não mudou muito isso. A gente mudou alguns, mas a grande parcela continua jogando e atravessando momento de que precisam de apoio. E o apoio é nesse sentido, conseguir ter outros atletas que possam assumir o protagonismo, para que os outros possam se regenerar. O Botafogo está investindo num grupo. O crescimento do Botafogo está crescendo. Vai ser agora, amanhã? Não dá para mensurar isso. Existem código e códigos têm a ver com leitura, experiência.”