A passagem de Éderson, hoje na Atalanta, pelo Fortaleza lhe rendeu uma grande amizade. Em entrevista ao ge, o jogador, que contou detalhes sobre a sua saída do Corinthians, ressaltou a amizade que criou com Juan Pablo Vojvoda, treinador do time tricolor.
Durante a entrevista, o volante, que vem sendo destaque do futebol italiano, contou o motivo para sair do Corinthians. “Por que ficar me esforçando aqui se eu posso ir para algum outro lugar e mostrar o que eu sei? Se eles não estão me dando oportunidade aqui, eu vou para outro lugar”, contou o jogador.
Saída do Corinthians
O volante contou que, após ter esse pensamento, tomou a decisão de deixar o elenco do Corinthians, mas não foi bem aceito no primeiro momento. “Continuei treinando e tentando ainda as oportunidades e continuei sem. Aí fui uma segunda vez, acabou dando certo”, contou ele, que foi vendido ao Fortaleza.
No entanto, a sua chegada no Tricolor não foi positiva no início. “Fui para o Fortaleza, e lá eu mostrei que eu não tive um momento em que eu estava bem na carreira. Foi o contrário. Foi um momento que tive mau rendimento. Todo jogador passa por isso, um momento ruim. Acho que agora eu já mostrei”, contou ele, que completou:
“Tive o meu bom momento no Cruzeiro, no Corinthians, depois tive a minha má fase no Corinthians, fui bem no Fortaleza, fui bem na Salernitana, na Atalanta. O que ficou marcado foi o momento que eu passei. Sempre tive um bom mental para entender, para saber a minha capacidade e também ter a paciência de trabalhar quieto, tranquilo, sabendo que em algum momento receberia oportunidades. Tive essa cabeça de decidir o momento de que talvez a minha oportunidade não seria mais ali, seria em algum outro lugar. Então eu fui bem paciente com isso, trabalhei, e agora acho que que estou colhendo os frutos.”
Resposta para quem não acreditou
Questionado se a sua mudança foi uma resposta para as pessoas, o volante disse que não tem o costume de pensar dessa forma. “Eu não penso nisso, até porque isso mais atrapalha do que ajuda. Eu acho que isso aí não é um combustível para se manter no nível alto”, contou o volante da Atalanta.
“Digamos que serviu muito no começo. Mas não dá para você fazer uma carreira nível Europa só com isso. Você tem que ter uma boa cabeça, saber as suas limitações, saber as suas qualidades e conseguir demonstrar elas, mas não para quem te critica, mas para você mesmo. É satisfatório pensar que você pode fazer aquilo, trabalhar e conseguir realizar. Isso é o maior combustível que que eu tive e que acho que todo jogador pode ter”, completou.
Importância de Vojvoda
A passagem de Éderson pelo Fortaleza foi importante para a carreira do jogador. De acordo com ele, criou uma amizade com Marcelo Paz, CEO da SAF, e com Juan Vojvoda, treinador da equipe. “Eu sempre acompanho o trabalho dele e do Fortaleza também. Estou sempre em contato com o Vojvoda, por WhatsApp, e com o Marcelo Paz”, revelou.
O volante destacou a importância do treinador para a sua carreira. “Ele é um cara que me ajudou muito, um grande profissional, um grande ser humano. Foi muito mais fácil para mim quando ele chegou”, revelou o jogador da Atalanta.
O jogador revelou mais detalhes sobre o trabalho de Vojvoda:
“Ele trabalhava sempre muito forte, sempre muito focado nos objetivos, mas também sempre muito humano, com coração muito grande, tentava ajudar todo mundo. Um técnico que costuma falar sempre com os jogadores, brinca muito sempre que pode. Por isso tenho contato com ele. Quando vou para Fortaleza, procuro encontrar com ele, falo com ele. Dou umas camisas para ele, para os filhos dele. É um cara que eu gosto de acompanhar. Sou suspeito para falar, porque eu me dei muito bem com ele.”
Questionado sobre o técnico ter marcado Éderson antes de sua ida para a Atalanta, o jogador destacou que sim. “Marcou muito. Ele era um cara que, quando estava ali dentro de campo, era aquilo e pronto. Mas no momento que acabava, ele já parecia ser uma outra pessoa. Sempre sorridente”, contou.
“Acho que era muito difícil chegar de mau humor para trabalhar. Na verdade, acho que ele sempre estava sempre lá no Pici. Podia chegar mais cedo que fosse, ele já estava lá, podia ir embora mais tarde que fosse, ele ainda estava com a roupa do clube”, relembrou o jogador.
“Chegou a morar algum tempo lá antes da família dele ir para Fortaleza. Ele morou lá, então é um cara que que estava sempre 100% ali focado no objetivo dele, mas sem esquecer a parte humana. É um cara incrível, desejo sempre o melhor para ele”, revelou Éderson.