Em entrevista para a jornalista Monica Bérgamo, do O Globo, Julio Casares, o presidente do São Paulo, deu mais informações sobre as dívidas do clube. Segundo ele, são diversos valores em pendente, com a intenção de realizar um ajuste fiscal e quitar todos os valores em aberto.
As dívidas do São Paulo
O presidente deu mais informações sobre as dívidas do São Paulo e destacou os valores, que ultrapassam os R$ 500 milhões. “Nosso endividamento está próximo dos R$ 600 milhões, algo parecido com um ano de faturamento do clube. É administrável. A dívida de curtíssimo prazo é de R$ 250 milhões”, explicou ele.
Casares citou os planos para reajustar as dívidas do clube. “Se tudo der certo, a partir de abril vamos reestruturar e alongar a dívida, captar recursos em melhores condições e tentar um deságio [com antigos credores]”, citou ele, que completou:
“E há várias situações. Todo mês, por exemplo, eu pago R$ 450 mil para o Daniel Alves, que hoje enfrenta problemas na Justiça na Espanha. Na saída dele, fizemos uma confissão de dívida e um acordo que baixou a dívida para R$ 25 milhões. Estamos pagando.”
Ajuste fiscal
O presidente destacou o ajuste fiscal que foi realizado ao longo do seu trabalho do São Paulo. “É preciso um equilíbrio. Se você decidir zerar a dívida, ou reduzi-la bastante, vai tomar decisões que vão diminuir a tua competitividade”, citou ele.
Julio Casares seguiu explicando os riscos que o time corre ao longo do calendário. “O futebol é muito caro. Se não tem receita, você não monta um time competitivo. Vai correr risco de rebaixamento —e de perda de uma receita de TV que é de mais de R$ 100 milhões por ano”, explicou.
“Além disso, a felicidade do torcedor é ser campeão. Você tem que ter um bom time sem fazer loucura. Lembra do equilibrista do circo? Você tem 12 pratinhos, vai girando, vai cair aqui, equilibra. Não sobra dinheiro. Mas o core business é o futebol. Nada do que fizemos valeria tanto se a bola não entrasse no gol”, explicou Casares.
Trabalho à frente do São Paulo
O mandatário citou o trabalho que realizou desde que assumiu a presidência do São Paulo:
“Quando assumi, liquidamos quatro processos, voltamos a ter crédito. Investimos. Fomos campeões paulistas em 2021, chegamos a duas finais em 2022, no ano passado veio a grande conquista [Copa do Brasil]. E começamos 2024 com outra grande conquista [Supercopa]. A Copa do Brasil nos trouxe ainda um prêmio [pago pela CBF] de R$ 80 milhões. A bilheteria aumenta, o torcedor chega ao estádio cinco horas antes do jogo, consome, compra camisa. É uma coisa de louco.”
Para Casares, as conquistas também impactam na venda dos atletas. “Valoriza os jogadores. E quando vendemos o Beraldo, por um valor extraordinário [R$ 107 milhões estimados], equalizamos as contas naquele momento. É um círculo virtuoso”, explicou ele.
“Jogador da BR ganha R$ 15 mil por mês. Quando sobe para o profissional, já vai para R$ 40 mil, R$ 50 mil. Se performar bem, salta para R$ 80 mil. Quando é campeão, vai para R$ 280 mil ao renovar contrato. Então, quando somos campeões, a despesa aumenta. Mas as receitas sobem”, concluiu Julio Casares.