Em entrevista para Mônica Bérgamo, do O Globo, o presidente do São Paulo, Julio Casares, destacou a importância da reforma no Morumbi. Durante a conversa, o mandatário do Tricolor citou detalhes do projeto.
Reforma no Morumbi
Um dos assuntos abordados pelo presidente foi em relação à reforma do Morumbi. Além de citar a venda do naming rights para a Mondelez, transformando o estádio em Morumbis, o mandatário do São Paulo destacou o projeto que pretende realizar.
“Vamos fazer um grande projeto e trazer fundos de investimentos que serão nossos sócios por um tempo. Eles vão recuperar os recursos na arrecadação dos eventos, na venda de alimentação e bebidas, nos jogos de futebol, na venda dos camarotes, das lojas, do naming rights. Eles vão ganhar dinheiro, e nós também. Mas ninguém vai mandar aqui. O dono será sempre o São Paulo, que vai ter autonomia e mando”, contou Casares.
O presidente, porém, não revelou o prazo do São Paulo:
“Na hora em que o desenho ficar pronto, nós vamos fazer um “road show” para apresentá-lo aos grandes fundos. Detesto dar prazo, porque dependo de terceiros. Mas o São Paulo vai fazer cem anos em 2030, e eu espero que até lá a gente consiga oferecer essa plataforma para a cidade.”
Julio Casares também comentou sobre a possibilidade de tombamento do Morumbi. Segundo o presidente, pediu aos arquitetos para que não se mudasse o conceito do estádio. “Quero que ele continue raiz.
Eu só quero que, no térreo, o torcedor fique mais próximo do campo. Você vai ter mais camarotes, mais áreas de restaurantes, sem mudar a essência do estádio”, afirmou.
“Eu quero manter o estádio com sol, então a cobertura parcial na qual estamos pensando para um anfiteatro não pode comprometer o todo. E ela tem que me possibilitar fazer uma luta de UFC, um jogo de tênis ou um espetáculo musical para 20 mil pessoas. E, num grande show, o estádio vai abrigar de 90 mil a 100 mil pessoas”, completou.
Pior momento no São Paulo
O mandatário também revelou as suas maiores dificuldades enquanto presidente do São Paulo. “Foi quando perdemos para o Água Santa. Aquilo foi muito doído. A grande felicidade foi a Copa do Brasil. Foi o enredo perfeito: nós ganhamos do Palmeiras, do Corinthians e do Flamengo”, disse Casares, que completou:
“Aquilo nos restabeleceu. Colocou o São Paulo de novo em cena. Me lembrei do meu pai, do meu filho comigo, dos meus amigos. Eu chorei, eu sorri. Eu fui para a arquibancada, no lugar onde assistia aos jogos com o meu pai. E pensei: ‘Eu vinha aqui com ele. E hoje sou presidente disso tudo’.”
O presidente do São Paulo destacou a sua paixão pelo futebol. “Se a minha vida terminasse hoje, eu estaria realizado. O futebol é o primeiro amor da vida da gente. Minha paixão pelo São Paulo começou aos sete anos. É um sentimento que jamais acabará, como diz o hino da nossa torcida”, completou.
Retomada de parceria
Por fim, o mandatário destacou a live nation que pretende criar. “Um estádio não vive só do futebol. Nós trouxemos vida ao Morumbi. São 6.500 pessoas que vêm aqui diariamente, em restaurantes, academia de ginástica, bufê infantil”, comentou, que completou:
“No esquema de shows, quem faz são Live Nation, Time for Fun. O São Paulo tinha deixado de conversar com eles. E o Allianz Parque pegou todo esse mercado. Decidimos voltar ao roteiro. E o que eu posso oferecer? Preço. Porque o Allianz tem que pagar o investimento que fez [em obras]. Eu não preciso mais. Se eles cobram R$ 1,5 milhão, eu posso cobrar R$ 1,2 milhão. Agora, vamos fazer shows aqui em datas que não comprometam o futebol. A minha grama vai ser sempre natural. O Morumbi é um solo sacrossanto que recebe muito sol.”