O desabafo de Alexandre Mattos nesta terça-feira (6) concentrou os holofotes durante a coletiva de apresentação de Adson, Victor Luís, Galdames e Keiller, as quatro mais recentes contratações do Vasco. As falas do dirigente seguem dando o que falar.
Em suas respostas, o diretor do Vasco mencionou repetidos vetos por parte da 777 Partners, dona da SAF do clube, a nomes de possíveis reforços que ele sugeriu. Além disso, Mattos xpressou o desejo de ser mais assertivo no mercado e não escondeu seu descontentamento com a demora no processo interno de contratações.
Atualmente, existe uma relação desconfortável entre Mattos e os executivos da empresa que detém 70% da SAF vascaína. Como consequência disso, a coletiva serviu para evidenciar essas questões.
O desabafo de Alexandre Mattos
No Vasco, Mattos manifestou um certo desconforto diante da pressão e das cobranças direcionadas a ele em relação às contratações, embora tenha salientado que não detém “a palavra final”, conforme mencionado na entrevista.
“Eu direciono alguns caminhos que eu faria. Alguns são aceitos e outros não. Às vezes coloco algumas necessidades, e eles dizem “não”. Tenho que compreender isso e bola para frente”, explicou o diretor de futebol do Vasco.
Ao contrário do que ocorre no Cruzeiro e no Botafogo, que contam com figuras centralizadoras como Ronaldo e John Textor, respectivamente, a 777 Partners não possui um porta-voz. Embora Lúcio Barbosa seja o CEO da SAF, Alexandre Mattos é o principal alvo das cobranças quando se trata de questões de contratação.
Querendo ou não, a coletiva aliviou a pressão sobre o diretor e transferiu o descontentamento da torcida para a empresa que gerencia o futebol, evidenciado por hashtags como “777fraude” e “Fora777” nas redes sociais.
Frustrações do dirigente
Os relatos da frustração de Mattos vêm de diversas fontes. Após a entrevista desta terça-feira, as declarações repercutiram nas redes sociais. O diretor comentou em uma postagem e tentou amenizar a situação, expressando sua crença no projeto da 777.
“Jogar a toalha jamais… Lutei e abri mão de situações para estar aqui… Quero e muito contribuir, e estou contribuindo, no projeto… Se não acreditasse no clube, nos profissionais que aqui estão, inclusive nos da 777, não teria nem vindo”, apontou Mattos.
“Ajustes sempre precisam ser feitos em qualquer empresa ou clube. Usar minhas palavras numa briga política que não dá, só fará mal ao Vasco. Isso não pode acontecer… Ainda temos muito trabalho pela frente”, destacou o diretor de futebol do Vasco.
“Investimentos existiram já e irão continuar, não só no futebol mas em estrutura, categoria de base etc… O Vasco será um time cada vez mais competitivo, responsável e sustentável de médio e longo prazo”, completou Alexandre Mattos.
Processo de compra
Qualquer contratação que envolva investimentos, como a aquisição de direitos econômicos, pagamento de luvas e comissões, requer a aprovação dos executivos da empresa. Mattos responde diretamente ao alemão Johannes Spors.
No entanto, algumas decisões também requerem a aprovação de Don Dransfield, CEO da 777 Football Group, que é a divisão responsável pela gestão dos clubes de futebol da empresa.
Nos casos recentes de Jair e Paulinho, jogadores que romperam o ligamento do joelho e ficarão de fora praticamente a temporada inteira, não há uma previsão de orçamento para a reposição de jogadores machucados ou algo do tipo.
Mattos expressou a pessoas próximas que o processo para convencer os executivos sobre a necessidade de contratar substitutos é desgastante e consome tempo.
Na coletiva, Mattos afirmou que já apresentou “duas ou três opções” de reforços para o caso dos jogadores lesionados, acrescentando: “Estou esperando aprovar. Se aprovar, virão”.