Vítima frequente de racismo na Espanha, Vinicius Jr. usou suas redes sociais para se posicionar após o episódio envolvendo Maignan, do Milan. O goleiro foi alvo de insultos racistas no último sábado (19), levando à interrupção temporária da partida de sua equipe contra a Udinese.
Vini Jr. expressou seu apoio a Maignan em um texto em espanhol, que foi publicado após a vitória do Real Madrid sobre o Almería. “Só falar não vai mudar nada. Estas são as palavras de Maignan. É hora de prender os racistas para que tenham vergonha de quem são”, começou o jogador.
“Agradeço aos que realmente apoiam a nossa luta e lamento aqueles que só aparecem com palavras vazias para ganhar a simpatia da imprensa. Sempre com você, Maignan”, completou o atacante do Real Madrid.
Na última quinta-feira (17), torcedores do Atlético de Madrid proferiram ofensas racistas direcionadas a Vini Jr. antes de um clássico pela Copa do Rei da Espanha.
No sábado, após o incidente com Maignan, o presidente da Fifa, Gianni Infantino, defendeu que derrotas automáticas sejam aplicadas como punições para casos desse tipo.
O que aconteceu?
O jogo entre Udinese e Milan, neste sábado, pela 21ª rodada do Campeonato Italiano, foi marcado por um episódio lamentável. Aos 33 minutos do primeiro tempo, a partida foi interrompida devido a ofensas racistas proferidas por torcedores da Udinese contra Maignan, goleiro do Milan.
O goleiro francês de 28 anos, Maignan, comunicou ao árbitro Fabio Maresca sobre as ofensas racistas, o que levou à paralisação do jogo quando o Milan vencia por 1 a 0, com gol de Loftus-Cheek. As equipes saíram de campo, mas a bola voltou a rolar cerca de cinco minutos depois.
Maignan continuou sendo vaiado pela torcida adversária a cada toque na bola. Jogando em casa, a Udinese alcançou o empate ainda no primeiro tempo, com Samardzic. Em um chute de fora da área, o goleiro do Milan sequer pulou para tentar fazer a defesa.
Maignan responde ataques
Depois do episódio de racismo que interrompeu o jogo entre Udinese e Milan, o goleiro Maignan falou sobre o ocorrido. Vítima das ofensas, ele revelou ter escutado sons imitando macaco vindo das arquibancadas e expressou sua relutância em voltar a jogar.
“Quando fui buscar a bola atrás do gol, ouvi sons de macaco e não falei nada. Depois aconteceu de novo, então falei com o árbitro e disse o que havia acontecido. Não podemos jogar assim. Não é a primeira vez, temos que enviar uma mensagem importante. Um sinal”, começou o goleiro, que seguiu o relato para a Sky Sports:
“Neste momento não gostaria de falar com as pessoas que fizeram isso, seria inútil. Para ajudar todos que sofrem o que sofri, precisamos de punição. Eles são ignorantes, devem permanecer em casa. Torcedores de verdade vêm ao estádio para torcer, essas coisas não podem acontecer no futebol. Eu não queria voltar. Todos vieram até a mim e então entramos em campo para vencer a partida. A resposta certa foi somar os três pontos.”
Após o apito final, Maignan, que também defende a seleção francesa, cobrou um posicionamento das autoridades diante do incidente de racismo ocorrido durante a partida. “O Ministério Público deve tomar uma posição muito forte, até porque às vezes nada acontece. Nós, jogadores, por outro lado, devemos e podemos dar um sinal muito forte”, disse.