Dorival Júnior é o novo técnico da Seleção Brasileira. O treinador foi apresentado oficialmente pela Confederação Brasileira de Futebol na última quinta-feira (11).
Ao longo da sua coletiva de imprensa, o treinador foi questionado sobre seu “feijão com arroz” e se pretende implementá-lo à Seleção. Além disso, Dorival ainda comentou sobre a dependência do time em relação a Neymar Jr.
Confira o que disse o técnico:
Neymardependência?
Segundo o treinador, uma das mudanças que pretende implementar na Seleção Brasileira é em relação à presença de Neymar Jr. O técnico destacou que o time precisa saber jogar sem contar com a presença do atacante em campo:
“O Brasil tem que aprender a jogar sem o Neymar. Porque agora ele tem uma lesão. Mas nós temos um dos três maiores jogadores do mundo, e depois vamos contar com ele. Não tenho problema nenhum com o Ney. A proporção que aquela situação tomou foi desproporcional. Após aquela partida nós já estávamos conversando. A diretoria do Santos tomou uma decisão e eu respeitei. Mas sempre que nos encontramos foi uma situação positiva. O futebol é muito dinâmico. O céu e o inferno estão a um palmo de distância.”
Revelar jogadores
Dorival Júnior também se “isentou” da responsabilidade de revelar jogadores, mas destacou que sempre dá oportunidades para atletas ao longo da sua carreira. Ele citou, inclusive, a chance que deu para Felipe Luís:
“Pode ser que tenha um treinador que tenha revelado mais jogadores, mas é muito difícil chegar ao número de atletas que dei oportunidade ao longo da carreira. Foi assim na minha primeira equipe, no Figueirense, exemplo é o Felipe Luís, como na minha última equipe, o São Paulo. Sempre contei com uma mescla saudável em qualquer sentido para que tenhamos competitividade da equipe mantida.”
O treinador ainda citou que alguns ciclos podem se encerrar e que errará ao longo da sua convocação, mas tentará acertar:
“Não vai ser diferente. Para mim não importa, se o Thiago (Silva) estiver bem, ele terá oportunidade. É grande jogador. Ciclos se encerram a partir de um momento que um outro esteja bem melhor. Temos que ter equilíbrio, consciência. Vou errar, de repente não convocando um ou outro, mas vou tentar trazer aqueles que estão em melhores condições.”
Carreira e chegada à Seleção
Por fim, outro assunto abordado pelo treinador foi em relação à sua carreira. Dorival destacou que está muito tranquilo de apresentar um “feijão com arroz”, pois sabe que o que importante é, na verdade, o tempero.
“Eu fico muito tranquilo. Minha primeira equipe, o Figueirense, depois a quarta equipe, o Juventude, a décima equipe, que foi o Santos de 2010, a penúltima o Flamengo, a última o São Paulo. Todas jogavam de uma forma diferente. Então esse feijão com arroz tinha sempre um tempero diferente de cada estado”, comentou o técnico.
“Eu ajudei a salvar seis equipes grandes do rebaixamento. E cheguei a decisões importantes de competição. Não voltei três vezes ao Flamengo, duas ao Santos, duas ao São Paulo por acaso. Foi porque deixei algo plantado. Se foi um feijão, ou se foi um arroz, eu acho que agradei. E retornar é muito difícil. Em algumas eu havia ganho campeonatos, em outras não”, disse Dorival, que completou sobre a sua chegada à Seleção Brasileira:
“Em duas ou três oportunidades, meu nome foi ventilado e acabou não acontecendo. Quando surgiu dessa vez, da maneira como foi, também imaginei que fosse uma especulação natural de mercado pela saída do Fernando. De repente, se concretizou. Para mim, não criei expectativa, como havia criado anteriormente. Fato natural, você está envolvido. Mas procurei não criar expectativa e a partir do momento que recebi uma chamada, as coisas mudaram um pouco. Era sonho, era objetivo. Eu não saí do São Paulo. Eu não troquei o São Paulo. Estou vindo para uma Seleção. Não é um convite, é um chamado. Nenhum profissional em sã consciência deixaria de atender.”